Pequenos caminhos

Neste livro, como na vida, existem caminhos suaves,  completos, com orifícios, caminhos em ziguezague e outros com  ondas … E, finalmente, todos esses caminhos são um só: o caminho da vida!

Sinopse “Les petits chemins”

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Hoje apresentamos atividades decorrentes da leitura em voz alta do livro “Les petits chemins” -“Pequenos caminhos” (Editora Les Doigts Qui Rêvent). A história foi contada em voz alta com recurso ao álbum tátil ilustrado. Ao mesmo tempo que as crianças escutavam a história, exploraram tatilmente os caminhos que compõem as ilustrações do livro. Com texturas diversificadas que apelam a que a atenção se concentre no tato, as crianças foram desafiadas a seguir e a sentir!

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  • “Caminhos no trajeto para a escola”: estabelecendo ligação com as experiências reais de vida das crianças

Após a leitura, conversámos com as crianças sobre o trajeto que fazem para a escola: uns chegam à escola de carro, outros a pé… mas todos fazem diferentes caminhos, com curvas ou linha recta, com buracos ou por “alcatrão suave”!

  • “Caminhos que são linhas”: breve incursão pela pré-escrita 

O livro permitiu também conversar com as crianças sobre os diferentes tipos de linhas – linhas horizontais (deitadas); linhas verticais (em pé); linhas obliquas (inclinadas); linhas em ziguezague; linhas em onda…

Posicionámos uma régua em diferentes posição: horizontal, vertical e oblíqua.

As crianças realizaram o movimento de cada uma das linhas “desenhando no ar”, experimentando com as mãos e os braços movimentos distintos, que terão de utilizar no desenho e nas tarefas de pré-escrita.

Sabe-se que as capacidades de motricidade fina se desenvolvem durante o brincar com atividades construtivas e que envolvam o sistema tátil (ou sentido do toque) e o sistema propriocetivo (ou sentido da consciência do corpo) (Leão, 2019).

“Quanto mais oportunidades a criança tem de se envolver em atividades em que use as suas mãos para explorar o ambiente e objetos, mais ela estará a desenvolver as suas capacidades manuais e de motricidade fina e consequentemente mais preparada vai estar para as exigências da escrita!” (ibidem.) Com este livro foi realizado o planeamento motor dos movimentos necessários ao desenho de cada uma das linhas.

Como continuidade da actividade é interessante replicar as linhas em caixas de areia, com plasticina, com digitinta…

  • Reconto

Dada a sua estrutura simples e uma ilustração tátil muito representativa, este livro permite que as crianças sejam autónomas no reconto, envolvendo-se num exercício de leitura das ilustrações táteis e visuais.

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  • Outros caminhos

– “Vamos encontrar os caminhos?” um jogo onde as as crianças foram convidadas a encontrar um caminho indicado através de um cartão.  Ao adulto coube a tarefa de ler o cartão que a criança retirava de um baú, modelando o comportamento de leitura: – “Encontra o caminho em ziguezague”; “Encontra o caminho macio”; Encontra o caminho que é uma linha horizontal”; “Encontra o caminho onda”. As crianças seleccionavam o caminho tátil de entre três possibilidades apresentadas. 

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Bibliografia: 

https://marcoleaoto.pt/escrever-a-mao-uma-atividade-multisensorial/

Jogos promotores da literacia emergente

No passado dia 04 de Outubro decorreu o workshop de construção de materiais para crianças com cegueira dos 0 aos 6 anos “O mundo na ponta dos dedos”, promovido pela Associação Bengala Mágica e dinamizado pela equipa do CAIPDV (Centro de Apoio à Intervenção Precoce na Deficiência Visual).

Descrição de imagens: sete fotografias que retratam alguns dos momentos da formação. Vista geral da sala onde os formandos se encontram sentados em mesas dispostas em U; momentos de trabalho onde os formandos exploram materiais já construidos; levados pelas formadoras; momentos de trabalho em que os formandos constroem materiais e os apresentam ao grupo.

 

O workshop abordou a importância do jogo e da brincadeira como componentes essenciais ao desenvolvimento integral da criança com cegueira. Foram descritos e apresentados vários jogos e adapatações para crianças da faixa etária 0-6 anos. Entre outras, a temática  literacia emergente também esteve presente neste workshop… Que jogos existem e podemos criar para promover o processo de literacia emergente de crianças com cegueira?

  • Braille Bricks;
  • Reach and Match;
  • Jogos de cartas
  • Alfabetos braille; 
  • Alfa-braille objetos; 
  • Livros-Jogos; 
  • Cadernos/Livros de Pré-braille; 
  • Caixas de histórias; 
  • Quizzs a partir de histórias; 
  • Jogos da Glória; 
  • Braillin; 
  • Jogos a partir da representação da célula braille; 
  • entre outros.

Em futuros artigos, serão explorados alguns destes materiais.

Até breve!

Literacia…musical com «Filarmónica Enarmonia»

Hoje divulgamos uma iniciativa da associação Bengala Mágica, apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkien através da iniciativa PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social.

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Este projeto pretende oferecer aulas gratuitas de instrumentos (de sopro e percussão), Teoria e Formação Musical, Treino Auditivo e Memorização e Musicografia Braille, a alunos cegos, com baixa visão e normovisuais. Pretende ainda possibilitar e fomentar a Prática de Conjunto através da constituição de uma banda filarmónica – Filarmónica Enarmonia.

As aulas experimentais terão inicio em setembro e destinam-se a crianças a partir dos 8 anos, jovens e adultos.
Descarregar folheto de divulgação aqui: CARTAZ aulas abertas pub

 

Para mais informações contacte a Associação Bengala Mágica:

Ligar: 969197614
associacao.bengalamagica@gmail.com

“A Baleia”

Hoje partilhamos algumas adaptações realizadas na mediação da leitura da história “A Baleia” (Benji Davies, editora Orfeu Negro) e respectivas atividades de exploração do livro com crianças com cegueira.

Ao acordar depois de uma noite de grande tempestade, o Noé avistou qualquer coisa ao longe: uma pequena baleia tinha dado à costa. O Noé sabia que não era bom para uma baleia estar fora de água e decidiu levá-la para casa, fazer-lhe companhia, contar-lhe histórias e até tocar-lhe umas musiquinhas… Será que o pai do Noé vai gostar da nova inquilina?

Uma história ternurenta sobre a amizade improvável entre um menino e uma baleia.

Sinopse “A Baleia”

O objetivo da mediação da leitura desta história é criar na criança com cegueira e restante grupo o gosto pela leitura e pela escuta da narrativa e, simultaneamente, promover a sua compreensão.

Uma vez que o livro é riquíssimo ao nível da ilustração, recorreu-se à descrição verbal da componente visual do livro. Paralelamente foram usados alguns artefactos que facilitam que a criança com cegueira explore tactilmente alguns objectos, personagens e, assim, emerja na história, alicerçada em oportunidades de acesso ao concreto/representativo. 

Listagem de artefactos utilizados na leitura da história: 

  • Baleia;
  • Banheira;
  • Areia da praia;
  • Água do mar;
  • Carrinho;
  • Balde de peixes;
  • Barco de papel.

 

Actividades: 

  1. A história foi lida em voz alta e as crianças iam sendo convidadas a explorar os objectos de referência da narrativa. A leitura foi realizada de forma dialógica, com pequenas pausas, para comentar e descrever as ilustrações e para desafiar as crianças em pontos críticos:

– “O Noé não sabia o que fazerO que é que vocês faziam se estivessem no lugar do Noé?

-“Mas disse-lhe que tinham de levar a baleia de volta para o mar, que era a casa dela“. Como é que o Noé se sentiu ? Acham que o Noé sentia saudades da baleia? Como é que baleia se sentia em sua casa?

2. Num segundo momento, a criança pôde explorar os artefactos de forma mais livre e simbólica, dando asas à sua imaginação e desenvolvendo um conjunto de experiências manipulativas e sensoriais. Este espaço permitiu ainda a consolidação de aspectos referentes à compreensão da narrativa. Em conversa exploraram-se as seguintes dimensões da narrativa:

-Personagens (Noé; Pai; Baleia)

-Cenário (Praia)

-Problemas (Baleia dá à costa)

-Acções (Noé pensa numa solução/ Leva a baleia para a banheira/ Pai descobre o segredo)

-Resolução (Pai diz ao Noé que têm de levar a baleia para a sua casa/ O Noé e o pai devolvem a baleia ao mar)

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3. Crianças da turma ilustram a história “A baleia”

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As crianças com défice visual severo/cegueira ficaram responsáveis pela realização da capa da história e recorreram à técnica do contorno da baleia com lápis, ficando com o seu vulto em cartão (podiam assim perceber a sua forma); utilizaram ainda os lápis de cor e areia para representarem a areia e o mar. Estas crianças têm resíduo visual e, por isso, o uso da cor é extremamente significativo.

Nas atividades de pintura, pode ser usado um papel texturado (por baixo da folha de papel a pintar), que irá conferir à pintura uma leve textura.

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E é tão bom vê-los brincar… e chapinhar… imaginando-se Noé’s e imaginando baleias!

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Atelier de Pais

No passado dia 08 de Junho decorreu mais um atelier de pais de crianças com défice visual grave/cegueira. Sendo o último atelier do ano lectivo, decidimos não ter nenhum tema a debater, para nos dedicarmos exclusivamente ao convívio e partilha entre todos.

Para começar uma “orquestra de afinidades”, onde todos tocámos instrumentos musicais, sempre que ouvíamos uma frase com a qual nos identificávamos e que era útil à apresentação de cada família.

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Descrição da fotografia: Participantes em roda com os instrumentos musicais, prontos para a dinâmica “orquestra de afinidades”.

Foi um momento de convívio entre famílias e profissionais, onde reunimos novas famílias, famílias “residentes” e famílias que voaram rumo a novos desafios, além fase da intervenção precoce.

Alguns dos momentos retratados em fotografias:

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Obrigada a todos pela vossa presença!

Até breve.

Convite para Iniciativa Associação Bengala Mágica – em Coimbra

A pedido da Associação Bengala Mágica, divulgamos uma iniciativa que se vai realizar no dia 06/07/2019 em Coimbra. Estamos todos convidados!!

“No dia 6 de Julho, venha passar um dia
diferente em Coimbra.
A Bengala Magica tem todo o gosto de vos dar a
conhecer um pouco mais do centro de Portugal através
de uma visita ao Portugal dos Pequenitos (Entre as
10h00 as 12h00) seguida de um almoço partilhado
num dos maravilhoso parques da cidade.
A tarde, será dedicada a participar numa experiência
lúdica e educativa no Exploratório – Centro Ciência Viva
de Coimbra.
Esta atividade destina-se a: crianças, jovens e adultos
com e sem deficiência visual.”

Para mais informações: https://www.facebook.com/associacaobengalamagica/

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Cartaz da Iniciativa da Associação Bengala Mágica, com informação do evento e fotografia da fachada do Portugal dos Pequenitos e do Exploratório – Centro Ciência Viva de Coimbra

Poemas Sentidos…quase prontos!

Os alunos do curso de Arte e Design da Escola Superior de Educação de Coimbra, estão a ultimar as ilustrações táteis que vão compor os 16 livros com poemas infantis, de textos originais, em braille e a tinta, no âmbito do protejo “Poemas Sentidos” (da responsabilidade da Associação Bengala Mágica).

No passado dia 22 de Maio foi dia de juntar o braille às páginas e de afinar alguns pormenores relativamente às ilustrações.

Algumas fotos do encontro onde os alunos trabalham nos seus projetos:

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Na última foto estão, da esquerda para a direita, Rita Santos da Direção da Bengala Mágica; Profª Beatriz Marques, que lecciona a disciplina de Ilustração; Patrícia Valério da equipa do CAIPDV, que nos apoia neste projeto e Dídia Lourenço, da Direção da Bengala Mágica.

Estamos ansiosas por conhecer o resultado final!

Voluntariado OLEC

Nos últimos meses temos contado com o contributo da Inês na nossa Oficina de Literacia Emergente para a Cegueira. A Inês Ladeiras fez connosco um estágio de Educação há uns anos atrás e, hoje, já formada, dedica algum do seu tempo à construção de materiais de apoio à literacia emergente de crianças com cegueira.

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Obrigada pelo teu contributo e generosidade, Inês! É tão bom quando alguém volta;)

Semana da Leitura

Já vem sendo habitual, a equipa do CAIPDV celebrar a Semana da Leitura, celebrando simultaneamente o braille e o livro tátil ilustrado. Este ano não foi exceção! A convite de Maria José Vale, professora bibliotecária do Agrupamento  de Escolas de Miranda do Corvo, no passado dia 01 de Abril de 2019, a equipa marcou presença numa ação de apresentação do livro “O que vês, o que vejo…”, com o objetivo de sensibilizar os alunos para o acesso e a acessibilidade dos livros e da leitura para crianças e jovens com cegueira.

Retratando a experiência da equipa com a edição do livro tátil ilustrado “O que vês, o que vejo…”, os alunos tomaram contacto com a realidade da insuficiência de livros neste tipo de formato e com o processo de construção artesanal dos mesmos. A par da história, os alunos foram tendo contacto com as ilustrações táteis e com a clarificação dos mecanismos colocados ao serviço dessas ilustrações.

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Não fosse a semana dedicada à leitura, apresentou-se o código braille e explicitou-se o seu funcionamento e algumas informações sobre o processo de leitura.

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A equipa procurou transmitir a importância do direito à educação e do direito à leitura, como condições essenciais à plena realização pessoal, social e académica de todas as crianças e jovens. Através do vídeo “A cor das flores” (edição ONCE), documentou-se um percurso de sucesso de uma criança com cegueira que, apostando no seu contexto percetivo, e tendo os recursos e suporte apropriados consegue superar os mais audazes desafios!

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“Poemas Sentidos”

Hoje, divulgamos uma iniciativa da associação Bengala Mágica: “Poemas Sentidos”. Uma iniciativa que nos diz muito, por contribuir para a disseminação do modelo háptico de ilustração e para o aumento de livros táteis ilustrados em território nacional.

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O CAIPDV deu o seu contributo a este projeto, participando numa apresentação sobre a ilustração tátil para crianças com cegueira e  modelo háptico, numa aula de ilustração do Curso de Arte e Design da ESE de Coimbra. São agora estes alunos que ilustrarão 16 poemas de autoria de Ana Cristina Agostinho, perspectivando a acessibilidade dos livros construídos. Os mesmos ficarão disponíveis na Associação Bengala Mágica para requisição do seu público.

Os livros acessíveis a crianças, de tenra idade, com cegueira e baixa visão são, em Portugal, praticamente inexistentes. Embora existam alguns livros que já têm escrita em braille, destinados a crianças, estes descoram uma parte tão importante num livro: a ilustração. A ilustração de um livro para crianças muito pequenas (pré-escolar/1º ciclo) requer alguns cuidados de forma a que possa ser perceptível, motivadora e apelativa. Consideramos que o livro tátil ilustrado, através do modelo háptico, tão bem trabalhado pelo CAIPDV, é, sem dúvida, aquele que melhor responde às necessidades e interesses das crianças com DV, mas também das crianças normo-visuais. Assim, estamos a desenvolver um Projeto em parceria com a ESE de Coimbra e com o apoio do CAIPDV, no sentido de serem criados, de raiz, 16 livros táteis ilustrados, cada um com um texto original. Os textos (poemas temáticos) foram cedidos à Bengala Mágica pela educadora Ana Cristina Agostinho. Participam neste projeto os 32 alunos do curso de Arte e Design da ESE de Coimbra, no âmbito da disciplina de ilustração. O resultado vai ser … FANTÁSTICO!

Fonte: Bengala Mágica https://www.facebook.com/pg/associacaobengalamagica/posts/?ref=page_internal

Descrição das fotografias: Momentos de apresentação da Associação e do Projeto e explicitação do modelo háptico, dinamizados por Dídia Lourenço, da Direção da Bengala Mágica e Inês Marques do CAIPDV; a vista geral da sala de aula com os alunos nos respetivos lugares com destaque para uma exposição de vários livros ilustrados segundo o modelo apresentado, e a exploração de dois dos livros por dois alunos.

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Curso “A criança com cegueira dos 0-6 anos”

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Divulgamos o curso “A criança com cegueira dos 0-6 anos”:

 

DETALHES DO CURSO:

FORMADORAS:
» Inês Marques (1)
» Patrícia Valério (2)
» Viviana Ferreira (3)

(1) Mestre em Ciências da Educação na área de especialização em Educação Social e Intervenção Comunitária é Educadora Social da equipa técnica do Centro de Apoio à Intervenção Precoce na Deficiência Visual (CAIPDV / ANIP) desde 2009. Integra o Projeto OLEC (Oficina de Literacia Emergente para a Cegueira) desde 2014.

(2) Assistente Social da equipa técnica do Centro de Apoio à Intervenção Precoce na Deficiência Visual (CAIPDV / ANIP) desde 2009. Integra o Projeto OLEC (Oficina de Literacia Emergente para a Cegueira) desde 2014.

(3) Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e detentora de formação profissional e académica em áreas diversificadas e experiência profissional na área da Intervenção Precoce e da Deficiência Visual. Diretora Técnica do Centro de Apoio à Intervenção Precoce na Deficiência Visual (ANIP-Associação Nacional de Intervenção Precoce).

DATAS: 17 e 18 – maio – 2019
DURAÇÃO: 15 horas
HORÁRIO:
09h30 – 13h | 14h – 18h00 > 6ª-feira
09h00 – 13h | 14h – 17h30 > sábado

LOCAL: Sala de Formação da ANIP – Praceta Pe. José Anchieta, Lote 5, R/ch, Fração C, 3000-319 COIMBRA
Coordenadas GPS: 40º21’65.546”N | 8º42’37.047”W

DESTINATÁRIOS:
Docentes de educação pré-escolar/educadores de infância, docentes de educação especial e do ensino básico e outros a exercerem funções na área da deficiência visual ou com interesse na temática, pais e familiares de crianças com DV.

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INSCRIÇÕES & INFORMAÇÕES: formacao@anip.net
> Associados da ANIP – 65€
> Não Associados – 80€
Desconto de 5% para Grupos de 2 ou mais profissionais.

INSCRIÇÕES LIMITADAS a 25 formandos.
Data limite de inscrição: 10 – maio – 2019
Critérios de seleção: Número de ordem de receção da inscrição.
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INTRODUÇÃO:
As crianças com diagnóstico de cegueira integram muitas especificidades ao nível do seu desenvolvimento e aprendizagem, motivadas por um contexto percetivo diferenciado e uma maneira díspar de compreender o mundo e integrar novas aprendizagens.

Considerando o sistema educativo vigente, que privilegia o modelo inclusivo, urge ver garantidos os direitos e todas as oportunidades de aprendizagem de crianças com cegueira. No entanto, existe uma grande lacuna ao nível da formação e informação de profissionais e famílias. Acresce, ainda, o facto de estas crianças terem um outro código de leitura e escrita diferenciado – o braille. Estes profissionais contestam, frequentemente, a ausência de informação sobre a didática do braille e de materiais que possam apoiar o ensino deste código.

Face ao exposto, é premente realizar a ação de formação “A Criança com Cegueira dos 0 aos 6 anos”, de modo a colmatar as necessidades de formação sentidas pelos profissionais e famílias que são responsáveis pela educação, participação e plena cidadania destas crianças.

OBJETIVO GERAL:
Dotar os formandos de conhecimentos e competências essenciais para o desenvolvimento da intervenção com crianças com cegueira na faixa etária dos 0 aos 6 anos, para dar resposta às suas especificidades educativas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
– Conhecer as implicações da cegueira no desenvolvimento da criança;
– Conhecer os instrumentos de avaliação disponíveis para a avaliação da criança com cegueira;
– Conhecer estratégias de intervenção a desenvolver com a criança com cegueira;
– Conceber adaptações específicas considerando o contexto percetivo da criança com cegueira.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS:
Módulo I: Cegueira: números e causas
Módulo II: A criança para além da cegueira: a individualidade da criança e o seu contexto percetivo
Módulo III: O desenvolvimento da criança com cegueira
Módulo IV: Avaliação e intervenção
Módulo V: Estratégias de intervenção
Módulo VI: Adaptação de materiais de apoio à Literacia Emergente

METODOLOGIAS DE FORMAÇÃO E AVALIAÇÃO:
Privilegiar-se-á o uso de metodologias participativas e dinâmicas que valorizem a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal: método interativo e expositivo. Para tal recorrer-se-á, ao visionamento de vídeos, diapositivos e fotos, que servirão para a análise e discussão de casos pelos formandos.
Pretende-se com esta metodologia criar um espaço que privilegie: a partilha de conhecimentos, experiências e ideias, a reflexão e readequação de formas de atuação, a análise e discussão de casos e as dinâmicas de grupos.
A avaliação da formação será contínua, tendo por base os seguintes critérios: participação, motivação, espírito crítico, assiduidade, pontualidade, exercícios práticos realizados em grupo e/ou individualmente, entre outros.

INSCREVA-SE!

“Sonho de neve”

Hoje partilhamos o resultado da mediação da leitura de “Sonho de Neve”, de Eric Carle (Editora Kalandraka). A leitura aconteceu por altura do Natal e retrata um pouco esta estação do ano e a época natalícia.

Numa pequena quinta vivia um agricultor. Ele tinha tão poucos animais que até os conseguia contar
pelos dedos de uma mão. Então, o agricultor chamou
aos seus animais Um, Dois, Três, Quatro e Cinco.
Atrás do celeiro havia uma pequena árvore.
O agricultor chamou-lhe Árvore…

(excerto “Sonho de Neve”, Eric Carle, Editora Kalandraka)

“Sonho de Neve” conta a história de um agricultor que tinha 5 animais, dos quais cuidava muito bem. Este é o mote perfeito para desenvolver as contagens e  a ordenação temporal das unidades da fala que se representa na escrita – da esquerda para a direita, de cima para baixo.

Para a mediação da leitura foram utilizados os seguintes recursos:

  • Livro original e caixa de histórias com os principais elementos (estábulo com os animais em miniatura; manto branco, simulando a neve, e a árvore);

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Recursos utilizados após a leitura: 

O estábulo da história apresenta-se numa linha horizontal que funciona como treino lúdico da pré-leitura: cavalo, vaca, ovelha, porco, galo. Assim, criámos um estábulo em cartão, com as respectivas casas dos animais. Este recurso permite exercícios de discriminação tátil dos animais e  jogos de orientação espacial e ordenação numérica:

  • coloca os animais pela ordem em que aparecem na história;
  • coloca o cavalo na casa 2;
  • coloca a vaca na casa mais à esquerda;
  • coloca o galo na casa mais à direita;
  • coloca a ovelha na casa do meio;
  • etc.

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As atividades incluem também a representação do estábulo bidimensional. Este instrumento permite à criança contar as casas do celeiro e orientar os animais nas devidas posições; para além disso, introduz o número (em braille e a negro).

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  • A história permite ainda trabalhar com os “pontos braille”. Brincámos com a criança com as posições dos animais associados ao número de células braille correspondente:

-cavalo, primeiro animal do estábulo, a criança coloca-o em cima de uma célula braille;

– vaca, segundo animal do estábulo, a criança coloca-a em cima de duas células braille;

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  • A criança pode ainda treinar o seguimento, percorrendo caminhos onde tem de encontar os animais. Na figura abaixo, a criança segue o caminho e tem de parar sempre que encontra uma “vaca” (codificada com uma célula braille completa).

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Aconselhamos vivamente a leitura da história, pela riqueza pedagógica que imprime e pela riqueza sensorial – algumas pistas:

  • a neve – é fria, que barulho faz quando a pisamos?
  • o chá – que cheiro, que sabor, que temperatura?
  • o pão com mel – que cheiro, que sabor, doce, salgado?
  • as barbas do agricultor – picam? não picam? são de que cor?
  • as roupas do inverno – quentes, frias, confortáveis?

Nos contextos onde desenvolvemos a leitura desta história, as atividades acabaram sempre em partilha: com um copo de chá de hortelã-pimenta e um pedaço de pão com mel!

Boas leituras.

Ciclo de Leitura em Voz Alta: Obrigadas!

A leitura em voz alta é uma estratégia de estímulo do prazer de ler, que deve constituir um hábito diário desde as idades precoces.

Na OLEC – Oficina de Literacia Emergente para a Cegueira – temos promovido esta estratégia, estimulando os principais cuidadores de crianças com cegueira a lerem em voz alta desde o berço, introduzindo no dia-a-dia a escrita e leitura em braille.

Obrigada a todas as famílias e profissionais que celebraram connosco o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta, respondendo ao desafio do PNL2027. 

A nossa participação e as iniciativas desenvolvidas por todo o país, estão registadas aqui .

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Vídeos: 

 

Continuem a estimular o prazer pela leitura braille!

Retrato do nosso piquenique com o “Repasto da Raposa”

Ver artigo: “A preparar um belo repasto”

O S. e o A. adoram a temática dos animais e da vida no campo. A história “O repasto da raposa” foi por isso muito significativa para eles. Eles sabem tudo sobre animais e ferramentas, tendo vivências no seu contexto familiar que os aproximam deste universo. Por isso, quando alguma história retrata estes temas, há uma identificação imediata e uma assimilação do conteúdo narrado por referência às experiências vividas.  Esta circunstância facilita,  sem dúvida,  o envolvimento nas actividades provenientes da leitura da história.

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Neste artigo faremos um breve resumo dos aspectos trabalhados através deste álbum tátil ilustrado:

  • Compreensão da narrativa e reconto da história através da leitura tátil das ilustrações

Depois de contarmos a história em grupo com a turma do S. e do A., explorando aspectos relacionados com a mesma em grupo, retomámos a sua exploração, mas desta vez em contexto individual. Aqui procurámos mediar o diálogo, de forma a desenvolver aspectos relacionados com a compreensão da narrativa e respectivo reconto. Procurou-se que estas crianças desenvolvessem competências que lhe permitissem organizar o discurso para o reconto da história à medida que exploravam tatilmente as ilustrações táteis (da mesma forma que as crianças normovisuais fazem leitura de imagens). Este livro tem ilustrações táteis muito simples, permitindo o seguimento da história, 5 galinhas (representadas por penas de diferentes cores e formas) e uma raposa (representada por um triângulo de pêlo cor de laranja, que vai aumentado à mediada que a personagem come as galinhas).

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  • Manipulação dos artefactos criados para representar a galinha e a raposa

Com as galinhas andámos pela capoeira a cacarejar, pelo campo a aproveitar o sol, imitando galinhas cheias de personalidade e com vozes muito próprias (o facto do S. e o A. terem percepção de cor facilitou a distinção das galinhas pela cor das penas). A raposa despertou aquele sentimento de medo… O  S. achou que para ela não comer as galinhas podíamos… “Pôr-lhe fita-cola na boca”, mas preferiu imaginar que ela não comia galinhas e ficava satisfeita com os ovos (que ele contava e lhe oferecia).  Com esta brincadeira de faz-de-conta desenvolvemos aspectos relacionados com a linguagem: diferentes géneros de discursoestruturas frásicas, uso de novo vocabulário, tudo através da dramatização da história e utilização do diálogo, reconto, argumentação … O facto de tudo isto ser intermediado pelos artefactos constituiu uma rica oportunidade de interações  em torno desta experiência de literacia, assegurando o contributo ativo das crianças (Hannon & Nutbrown).

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  • Posicionamento das galinhas na capoeira

Partindo da brincadeira gerada através da história, as crianças foram convidadas a posicionar cada uma das galinhas na sua casa (caixa de ovos com 6 divisórias). Através deste jogo é pretendido que a criança adquira familiaridade com a sequência numérica dos 6 pontos do sistema braille.  Estes  seis pontos são designados por Célula Braille e estão numerados de acordo com a posição em que se encontram. Assim, temos: na coluna da esquerda, de cima para baixo, os pontos 1, 2 e 3; na coluna da direita, também de cima para baixo, os pontos 4, 5 e 6. As crianças são convidadas a posicionar as galinhas nos números designados por casa 1, casa 2, casa 3, etc. 

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  • Fichas de pré-braille

Por referência às personagens principais da história, raposa e galinhas, as crianças foram ainda convidadas a realizar exercícios de seguimento e descoberta de intrusos.

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  • Jogo da Glória

Este “retrato do nosso piquenique” com o “Repasto da Raposa” termina com um jogo de tabuleiro, ao jeito do “Jogo da Glória”. Quem chegará primeiro à capoeira? A sorte é lançada através de um dado tátil. Depois é só contar e avançar, pelo percurso construído com diversas texturas e assinalado por números que se sucedem, a negro e a braille. A casa estrela anuncia desafio criado pela Educadora C.

Foi bom estar assim em roda!… a desfrutar da alegria da novidade, a contar pontos, casas e a recordar este conto que alimentou este nosso “piquenique”.

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Bibliografia:

Peter Hannon & Cathy Nutbrown (s/d). The ORIM Framework – Opportunities, Recognition, Interaction, Models. Raising Early Achievement in Literacy Project. School of Education, University of Sheffield. Em: http://www.real-online.group.shef.ac.uk/index.html

Dia Mundial da Leitura em Voz Alta

Hoje celebra-se o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta!

Lançámos o desafio para o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta (aqui) e já começamos a receber os vídeos/áudios das leituras do poema “Afinal, o Caracol” de Fernando Pessoa.

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Descrição da fotografia: Criança lê “Afinal o Caracol” (edição O Bichinho do Conto), livro sobre o seu rosto (fonte da fotografia).

Veja uma dessas leituras através do facebook ANIP (ver aqui).

Em breve, divulgaremos mais 🙂

 “Para quem não sabe ler, ler em voz alta traz tudo, ou quase” (Comissária do Plano Nacional de Leitura, Teresa Calçada).

Boas Leituras!

Desafio: Leitura em voz alta

Caros pais, amigos e leitores!

Na Oficina de Literacia Emergente para a Cegueira temos proclamado, em voz bem alta, a importância da leitura para o processo de Literacia de crianças com cegueira.
No próximo dia 01 de Fevereiro comemora-se o dia da Leitura em Voz Alta e queríamos muito que as famílias que acompanhamos o marcassem com a sua voz.
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Descrição da fotografia: Cartaz Dia Mundial da Leitura em Voz Alta PNL2027 – figura feminina segura em megafone feito de livros.

DESAFIO:
Ciclo de leitura em voz alta de pais para filhos (crianças com cegueira), a decorrer no dia 1 de fevereiro entre as 17h e as 22h.
– É muito simples: só têm de ler para o/a vosso/a filho/a o poema que seleccionámos para vós. Não vai ocupar-vos mais de 5 minutos. O poema chegar-vos-à via CTT, em breve.
– Registo do momento em vídeo ou áudio, em formato MP3, para divulgação de participação ao PNL2027. Envio do vídeo da leitura para caipdv@gmail.com.
O poema eleito:
Participem!!
Aguardamos com expectativa pelas vossas vozes!

 

“Hinos ao livro braille” no seminário “O Livro Braille – Linhas e Pontos na Era Digital”

No passado dia 11 de Janeiro de 2019, a equipa CAIPDV – OLEC esteve representada no seminário “O Livro Braille – Linhas e Pontos na Era Digital”, no âmbito das comemorações do dia do braille.

Um seminário que muito nos honrou  participar, pela partilha gerada entre instituições e pessoas com reconhecido mérito nas práticas relacionadas com a  promoção do braille.

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Foi com entusiasmo que ouvimos “hinos ao livro braille”, reforçando a premissa da sua soberania, ainda que, numa era onde o “digital” se impõe.

A equipa do CAIPDV – OLEC partilhou a sua experiência com o livro tátil ilustrado com crianças com cegueira dos 0 aos 6 anos. Explanaram-se as potencialidades do livro infantil/álbum ilustrado para as crianças desta faixa etária e confrontou-se o auditório com a problemática na criação de ilustrações táteis.

O modelo háptico foi sumariamente explanado como potencialidade na construção de ilustrações táteis mais significativas para pessoas com deficiência visual, confrontando-o com perspetivas que atendem às representações visuais.

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Descrição da fotografia: Painel 2 “As potencialidades do livro braille”.

Transportou-se o auditório para o contexto natural das crianças que acompanhamos, onde através de 2 livros táteis ilustrados, se exemplificaram práticas e potencialidades dos mesmos no processo de literacia destas crianças e pares.

Defendeu-se a introdução destes recursos precocemente, pelos benefícios lúdicos e pelo reforço das competências de pré-leitura e escrita.

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Descrição da fotografia: Painel 2 “As potencialidades do livro braille”

Estamos certas que os pintores das ilustrações hápticas roubam as sensações do mundo… sensações partilhadas por pessoas cegas e normovisuais…porque todos sentimos…

Parece que esses pintores, as multiplicam nos livros, convidando todos a apreciar a beleza do mundo, pelo toque, que em parelha com a escuta da palavra, nos permite um vai-e-vem afinado entre representação e realidade.

Deixamos o desafio: que se continuem a colocar nos livros as sensações do mundo!

A preparar um belo repasto

Estamos a preparar um belo repasto, para levar até ao jardim-de-infância de uma das nossas crianças! Será um repasto mediado pelo  livro tátil ilustrado “O repasto da Raposa” (Original “Le Repas de Renard”, de Claudette Kraemer, com base num texto de Anne-Marie Chapouton e ilustrações de Solène Négrerie – Editora Les Doigts qui Rêvent).  Estamos certas que será mais um momento cativante em que partilhamos à volta de um livro.

“O repasto da raposa” é a história de uma raposa de pelo macio e de cinco galinhas (representadas por penas). A raposa é representada pela forma de um triângulo, que vai engordando à medida que aumenta a sua gulodice, e as galinhas vão desaparecendo, comidas uma após a outra. Mas as galinhas não vão desistir e com brio e astúcia, libertam-se no fim.

Este livro é uma boa introdução a competências numéricas (contagem crescente, contagem decrescente, somas e subtracções simples).

No nosso “cesto de piquenique” para esta história que vamos partilhar com crianças da zona centro do país, vamos levar: 

  • Livro tátil ilustrado (braille, ilustrações hápticas, texto a negro e ilustrações visuais)
  • Representação das galinhas e da raposa, organizadas numa caixa de ovos, pela sequência numérica da célula braille (bolas de ping pong caracterizadas com penas – galinhas-  e rabo de pêlo – raposa).

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  • Jogo da Glória (por referência à narrativa da história)

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  • Um galinheiro com ovos (para tornar mais aliciantes as primeiras contagens e somas e subtracções simples)

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  • Fichas de trabalho pré-braille (para o desenvolvimento de competências de seguimento, discriminação tátil de intrusos, associação de composições braille iguais, descodificação icónica)

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Até breve! Contamos partilhar mais deste nosso belo repasto!

Dia Mundial do Braille

Comemora-se no dia de hoje, 04 de Janeiro, o Dia Mundial do Braille, um dia de assinalável presença para marcar os direitos à literacia de pessoas com deficiência visual.

Na ANIP (Associação Nacional de Intervenção Precoce), a equipa OLEC (oficina de Literacia para a Cegueira) mobilizou colegas e pessoas da comunidade a “virem para a rua” tocar nestes pontos braille, que tanto sentido conferem à leitura do mundo das pessoas com deficiência visual.

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Descrição da fotografia: Conjunto de pessoas seguram nas mãos um livro tátil ilustrado.

 

Boas Festas

Desejamos a todos os nossos leitores e amigos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

ENCONTROS felizes… Que se desfrute do “todo de cada tom” e  do “tom de cada um”.

Carta ao Pai Natal – Iniciativa ACAPO

Divulgamos iniciativa promovida pela ACAPO, com uma mãozinha do Pai Natal!

Crianças, não deixem de escrever as vossas cartas!

Os conhecimentos de Braille do Pai Natal estão cada vez melhores e chegada esta altura do ano ele quer pô-los em prática.

Se tens deficiência visual, idade até aos 12 anos, e tal como ele sabes escrever em Braille, ajuda-o a treinar.

Temos uma ideia! Quando lhe escreveres diz-lhe qual foi o melhor momento que viveste em 2018 e porquê.

Queremos muito receber a tua carta, de preferência em Braille, ou então para o e-mail painatal@acapo.pt, até ao dia 21 de dezembro.

Ah! Não te esqueças de nos dizer a tua morada, pois o Pai Natal gosta sempre de enviar uma pequena lembrança.

Um abraço (nosso e do Pai Natal).

 

A morada do Pai Natal:

A/C Pai Natal

ACAPO

Av. D Carlos I, 126. 9.º andar

1200-651 Lisboa

Fonte: http://www.acapo.pt/noticias/carta-do-pai-natal-em-braille

Calendário do Advento

A época natalícia pode ser mais um momento para desenvolver competências de pré-leitura e escrita e a sequência de números em braille… Há inúmeras possibilidades mas, hoje, apresentamos as potencialidades dos calendários do advento.

O Braille pode ser adicionado aos calendários do advento disponíveis no mercado, de forma a facilitar a adaptação. As crianças adoram descobrir a surpresa a cada dia, para além disso reforçam noções temporais importantes. Consideramos que o sistema de caixinhas é interessante pelo aspecto surpresa que imprime e por motivar para as questões manipulativas.

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Descrição da ilustração: Calendário do advento, sistema de caixas.

Eis algumas dicas na sua utilização com a criança:

  1. Estimule o interesse da criança e a sua curiosidade, a cada dia;
  2. Coopere com a criança no seguimento tátil de cada uma das caixas. A criança deve tocar em cada uma das caixas da esquerda para a direita e de cima para baixo;
  3. Peça à criança  que combine cartões numéricos por si elaborados com o número presente em cada uma das caixinhas;
  4. Misture os números e peça à criança que os coloque na ordem correta (se a criança já discriminar tatilmente alguns dos números);
  5. Conte, cada dia, os números com a criança até chegar ao dia presente.

 

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Adaptação do calendário do advento. Apresentação do número a negro e a braille e de um elemento tátil diferenciado em cada dia (bolas de natal, pinha, eucalipto, sino, coração, pinha, canela, etc.)

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Adaptação de calendário do advento. Apresentação do número em braille (missangas). Dentro das caixas há surpresas diversas.

 

Adaptado de: http://www.pathstoliteracy.org/resources/accessible-advent-calendars

“Era uma voz”

Hoje partilhamos o poder da voz de quem nos ama e o impacto da leitura em voz alta, pelas palavras do escritor Afonso Cruz:

“Ouvi, há pouco tempo, Juan Villoro dizer que as histórias não deveriam começar por «era uma vez», mas sim por «era uma voz». E acrescentou: «As histórias são muito diferentes se contadas pela voz de quem nos ama». De facto, a oralidade tem esse poder e a importância das histórias que ouvi em criança deve-se sobretudo à «voz de quem nos ama».

(Afonso Cruz, 2017, em “Jalan Jalan. Uma leitura do mundo”, página 135)

 

Algumas sugestões para a leitura em voz alta, em: http://www.nbp.org/ic/nbp/programs/gep/ge_tips.html

Famílias, contem muito, pelo poder da vossa voz!

Conversar com a criança na rotina diária

O desenvolvimento da linguagem é muito importante para qualquer criança. No caso da criança com cegueira, a linguagem ajuda a criança a compreender o mundo e a significar tudo aquilo que a criança apreende através dos sentidos.  A conversa deve estar presente na rotina diária da criança, ajudando-a a significar tudo aquilo que toca, ouve, prova, cheira, movimenta… Aproveite as sugestões: 

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Descrição das fotografias: Crianças em diferentes rotinas – 1) alimentação; 2) passeio; 3) compras; 4) banho; 5) hora de dormir. 

1 – Cante uma canção enquanto alimenta o seu bebé;
2 – Fale sobre as coisas que vêem enquanto passeiam;
3 – Descreva o que compra enquanto estão no supermercado;
4 – Diga lengalengas ou rimas enquanto dá banho;
5 – Conte uma história ao seu filho antes de dormir.

 

Fonte: http://www.wordsforlife.org.uk/baby

Ler livros favoritos

É bom ler os livros favoritos juntos muitas vezes. A repetição ajuda as crianças a entenderem e a compreenderem a linguagem que ouvem.

Lembre-se que não está a ensinar o seu filho a ler. Aprende-se a falar muito antes de se aprender a ler …e partilhar leituras é uma maneira óptima de ajudar o seu filho a desenvolver a linguagem.

Aí em casa, qual o vosso livro favorito? Toca a ler e a reler… e a conversar, muito!

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Descrição da ilustração: Adulto lê para criança (Ilustração de Gemma Driessen)

 

Fonte: Nacional Literacy Trust; Talk To Your Baby

Ateliê de Pais – Construir Livros Pequeno Formato

No post anterior, divulgámos a preparação do primeiro atelier 2018/2019. Hoje, partilhamos com os nossos leitores alguns dos momentos vividos neste espaço de boas partilhas, que teve lugar no passado dia 30 de Setembro.

Neste ateliê, pais de crianças com deficiência visual grave, trabalharam em livros táteis de pequeno formato. Reflectiu-se sobre todo o processo de construção: desde o surgimento da ideia, à construção da narrativa e da ilustração e respectiva operacionalização.

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Descrição da fotografia: Plano da mesa de trabalho: sobre a mesa, apontamentos sobre a construção de livros táteis, máquina braille, livros táteis. 

Sabe-se que livros de pequeno formato facilitam a manipulação de crianças com cegueira, uma vez que estes tamanhos são mais indicados para as mãos ainda pequenas dos nossos pré-leitores. Estes livros foram feitos com pegas de cozinha para facilitar o processo de construção da estrutura em tecido do livro. Livros em tecido são, também, indicados para crianças pequenas, por serem mais resistentes e amigáveis à manipulação (sem bicos, maleáveis, agradáveis ao toque).

Os pais presentes optaram por 2 livros distintos, ambos muito ricos em mecanismos manipulativos, para a exploração da criança:

  • Um livro jogo que incentiva a criança a contar, funcionando como um ábaco, onde a criança, a cada página, tem de conduzir missangas através de um cordel;
  • Um livro experiência, baseado na rotina matinal e na chegada à escola, rico na integração de múltiplos aspectos manipulativo e sensoriais e remetendo para as experiências da própria criança.

Agradecemos a presença dos pais e crianças presentes. Até breve!

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Descrição da fotografia: Foto de grupo dos participantes. 

Pais, sugestões para um próximo encontro?

Muitas Surpresas para Sentir

Por cá temos estado a trabalhar na organização do próximo ateliê para pais. A data está próxima e teremos como tema: “Como construir livros táteis ilustrados de pequeno formato, a partir de pegas de cozinha”.

A ideia parece um “pouco estranha”, mas o objetivo é poupar tempo e dinheiro na estrutura em tecido de um livro de pequeno formato. Com esta estratégia, pais e outros familiares, educadores/as, professores/as podem ver mais facilitada a tarefa de construir pequenos livros para a criança.

Por cá, andamos a testar… Espreitem só…

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Muitas Surpresas para Sentir!

Mais informações e o processo de construção, em detalhe, em breve.

 

 

Vamos à caça ao urso?

É sempre tempo para irmos à caça ao urso e é tão bom recordar as nossas “caçadas”! Hoje, para partilhar com os nossos leitores, o trabalho realizado a partir do clássico de Michael Rosen “Vamos à caça ao urso?”

Está um belo dia, e eles vão dizendo que não têm medo, enquanto atravessam um campo de erva alta e ondulante, cruzam um rio fundo e frio, arrastam-se através da lama pegajosa, procuram o caminho pelo meio de uma floresta, passam através de um nevão que rodopia e entram pé-ante-pé numa caverna soturna. Aqui, na escuridão, tudo parece diferente… E qual é a coisa temível que aparece diante deles?

Leiam e descubram!

Para a mediação da leitura desta história e posterior trabalho pedagógico, preparámos:

  • Um percurso sensorial, onde a criança pode explorar sensações similares às dos cenários apresentados na história. 

Aqui podem ser discutidas as características dos locais descritos e todas as sensações e emoções que nos transmitem: frio, calor, cócegas, arranhar, molhado, seco, ruídos, emoções…

Enquanto se lê a história, a criança pode executar as acções, fingindo atravessar o campo de erva, a floresta, o nevão, cruzar o rio e a lama pegajosa, avançando até à caverna… A dinâmica criada a partir da narrativa e a vivência gerada pelo percurso, estimulam a criança a “entrar na história”, promovendo a imaginação e a apreensão da narrativa. A componente motora é também estimulada, tendo a criança que se orientar através do percurso e caminhar sobre um conjunto de “pisos” muito diversificados.

 

  •   Jogo de conceitos posicionais

Após a leitura e a realização do percurso, personagens e cenários poderão ser o mote para a aventura prosseguir… O adulto poderá dar à criança um urso em miniatura e um tabuleiro e a criança terá de o posicionar consoante as indicações do adulto: à esquerda, à direita, no meio, em baixo, em cima.

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  • Jogo de associação de texturas

Continuando pelos “mundos” da história, apresenta-se à criança um jogo de texturas muito especial, uma vez que evoca os cenários e personagens da história.

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Todas as actividades contribuem para que a criança desenvolva competências linguísticas, relacionadas com o desenvolvimento de conceitos e aprendizagem de novo vocabulário. O facto da história ser ritmada e repetitiva contribui para o envolvimento da criança, para a compreensão da narrativa e respectivo reconto.

Com esta atividade, a componente tátil não fica esquecida. Todas as atividades contribuem para o desenvolvimento dos movimentos corporais, organização espacial e percepção tátil.

Rendidos? Agora é a vossa vez…Toca a caçar!

Sugestão: “Dar a ouvir paisagens sonoras da cidade”

A não perder: “Dar a ouvir paisagens sonoras da cidade”, um conjunto de exposições com lugar no Convento de São Francisco em Coimbra, até ao próximo dia 02 de Setembro.

Este programa, com entrada livre, visa dar a conhecer a Cidade a partir de uma perspectiva audível: das suas paisagens sonoras.

Procura sensibilizar para a escuta e para o som como possibilidade de descoberta e conhecimento, enquanto objecto criativo e de cruzamento disciplinar, numa abordagem em que os sentidos e os saberes se complementam.

Neste programa não ficámos indiferentes à criação artística de Rudolfo Quintas. Em DARKLESS: The Black Hole o público imerge numa instalação audiovisual interativa, cuja composição explora a ideia do buraco negro como um espaço de expressão artística. A composição desta instalação é inspirada no trabalho que o artista desenvolve sobre a expansão criativa do corpo e da realidade em pessoas cegas, mapeando o movimento do corpo através do som.

Para movimentar, dançar e escutar as notas musicais produzidas pelo corpo em movimento.

A não perder!

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Estratégias promotoras do desenvolvimento linguístico

No último post abordámos alguns aspetos relacionados com o desenvolvimento linguístico de crianças com cegueira. Hoje apresentamos de forma muito sumária algumas estratégias a considerar tendo em vista a promoção do desenvolvimento da linguagem.

Algumas estratégias para as primeiras idades

  • O tom de voz e a entoação são extremamente importantes
  • Afeto, toque e interações positivas
  • Repetição das produções orais da criança (sons, sílabas)
  • Dar significado às produções da criança
  • Antecipar/avisar que lhe vai tocar, para não surgir de surpresa
  • Sempre que se dirige à criança, dizer o seu nome
  • Ajudá-la a perceber o ‘eu’ e o ‘tu’
  • Dar tempo de resposta; ‘tomar a vez’
  • A criação de rotinas e a repetição
  • Descrição verbal
  • Experienciação/vivência corporal
  • O conhecimento sensorial é preponderante
  • Promover a curiosidade da criança
  • Ajudar ao reconhecimento da funcionalidade dos objetos da vida diária
  • Desenvolvimento do jogo simbólico
  • Ler histórias
  • Tato ativo/háptico.

Algumas atividades que desenvolvemos pelos contextos naturais promotoras do desenvolvimento da linguagem:

  • Experiências reais
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Descrição da fotografia: Crianças realizam processo de sementeira. Conversa sobre todos os passos deste processo a par da experiência real. 

  • Jogo simbólico 
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Descrição da fotografia: Criança dá banho a uma boneca. 

  • Leitura de histórias 
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Descrição fotografia: Criança reconta a história ” A lagartinha muito comilona” de Eric Carle, assumindo o protagonismo da narrativa. 

  • Diálogo
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Descrição da fotografia: Crianças conversam informalmente. 

Linguagem na Cegueira – Parte II

As primeiras idades

A interação social, o desenvolvimento do ‘eu’ e a comunicação inicial desenvolvem-se nas primeiras idades.

Inicialmente, a comunicação constrói-se na interação com o adulto e baseia-se nas ações do bebé para manter o contacto, tais como o riso, o movimento, o contacto físico e as vocalizações.

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Descrição da fotografia: Momento de interacção entre adulto e bebé (bebé deitado sobre os braços do adulto; adulto canta-lhe, aproximando-se do rosto; bebé sorri mostrando agrado na proximidade, voz e toque)

Nos bebés com cegueira, as primeiras interações comunicativas caracterizam-se pela ausência de contacto visual (que poderia transmitir informação crucial para a relação/interação), pela ausência de referente visual daquilo que os rodeia (objetos, pessoas), por um protagonismo do adulto nas interações e por uma necessidade de contacto físico permanente. Consequentemente, pela ausência da informação visual, o bebé com cegueira foca-se muito mais nas pistas auditivas, táteis, cinestésicas, olfativas, etc. Estes bebés tendem a iniciar menos interações e ficam ‘à escuta’ (às vezes até viram a cara para o lado para ouvir melhor). Este ‘silêncio’, juntamente com a inexistência de contacto ocular, pode ser mal interpretado como desinteresse do bebé, provocando menos interações por parte dos adultos.

É conhecido que as mães/pais de crianças com cegueira tendem a falar mais, a descrever tudo o que está à sua volta, a usar mais instruções compostas por descrições do que as mães de crianças normovisuais. Desta forma, os bebés começam a reconhecer os adultos à sua volta pelo reconhecimento da sua voz, pelo cheiro e pelo toque.

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Descrição da fotografia: Momento de brincadeira entre adulto e bebé (bebé alcança bola sonora à sua frente. Adulto reforça o comportamento do bebé, elogiando-o, sorrindo e batendo palmas).

Fase pré-verbal/balbucio

Segundo a literatura, não parece haver diferenças significativas nesta fase quando comparado com crianças normovisuais. Porém, por ser muito prazeroso, este período pode persistir por mais tempo nos bebés com cegueira. O facto de estes bebés não verem os movimentos labiais da boca dos adultos que lhes falam pode inibir que facilmente eles imitem sons labiais/ bilabiais (como os sons /m, p, b, f, v/).

Vocabulário

Sendo certo que a visão transmite grande parte da informação para aprender nomes e significados, assim como informações físicas do ambiente, tais como a forma, o movimento, a localização/posicionamento, o ritmo, etc., nas crianças com cegueira essa informação tem de ser transmitida necessariamente pelos adultos que as rodeiam.

A linguagem assume, assim, um papel compensatório crucial para o desenvolvimento das crianças com cegueira.

Assim, segundo o que nos indicam vários autores, não parece haver diferenças no aparecimento das primeiras vocalizações e primeiras palavras. Porém, pode haver diferenças quanto à utilização das mesmas: uso de mais nomes específicos; uso de mais palavras de ação; e uso de menos nomes gerais. Pode surgir dificuldade em generalizar uma palavra de determinada categoria (ex: cão-peluche), devido ao facto de terem experiências restritas, e normalmente estas crianças fazem mais perguntas quando falam de objetos familiares (como forma de compensar a falta de informação ‘visual’).

Estruturação de frases, formação de palavras e sons

No que diz respeito à componente morfossintática/estruturação frásica e formação de palavras, os estudos não indicam atrasos no desenvolvimento relativamente aos pares normovisuais, contudo podem surgir diferenças qualitativas na forma como são usadas. Devido às questões com o desenvolvimento do ‘eu’, pode surgir atraso na utilização de pronomes e erros reversos na utilização daa 1ª e 2ª pessoas (eu – tu).

Apesar de não existirem muitos estudos, também não parecem ser identificadas alterações articulatórias relevantes. No entanto, regra geral, os primeiros fonemas a surgirem são de produção cujo ponto de articulação não é observável (palatais, dentais, etc.), contrário às crianças normovisuais, que adquirem primeiro sons bilabiais.

Em conclusão, nas crianças com cegueira podem surgir algumas dificuldades nas primeiras interações, comunicação e na aquisição da linguagem, no entanto elas conseguem desenvolver formas alternativas de interagirem socialmente e de comunicarem. A linguagem reveste-se de grande importância, tendo um grande impacto no desenvolvimento e no conhecimento do mundo por parte das crianças com cegueira, assumindo quase o papel de “substituição” da visão.

Não perca no próximo post algumas estratégias para promover o desenvolvimento linguístico em crianças com cegueira. 

Até breve!

Atelier de Pais

No passado dia 16 de Junho de 2018 aconteceu o  3º e último atelier de pais deste ano lectivo. Para este encontro organizamos algo mais descontraído para fecharmos o ano

cheios de energia e boa disposição.

As atividades tiveram lugar no  Parque Verde do Mondego e divertimo-nos com um caça ao tesouro, um belo almoço partilhado, passeios de bicicleta e patins, boas conversas, gargalhadas e, ainda, voltas e reviravoltas em Kayaks.

Foi um dia muito especial para todos: novas famílias chegaram, despedimo-nos dos “nossos” finalistas e desejamos-lhes felizes voos.

Como já vem sendo habitual um dia muito bem passado e cheio de partilhas.

Até breve!

 

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Grupo que participou no Atelier

Os “nossos” quatro finalistas: a Gabriela, a Vitória, o Duarte e a Eva.

Obrigada!

Enquanto elementos do projeto OLEC temos também como missão divulgar informação útil, que coloque vários públicos em reflexão sobre a importância da acessibilidade de livros e outros materiais gráficos a crianças com cegueira.

Consideramos de todo relevante que livreiros, escritores, ilustradores, designers e outros artistas tenham acesso a informação pertinente para a compreensão do contexto perceptivo na cegueira e a implicação que esta diferente leitura do mundo tem na leitura tátil.

Desafiadas pela Professora Fernanda Antunes, que ministra a disciplina de Ilustração no  Curso de Design da ESEC (Escola Superior de Educação de Coimbra), no passado Dezembro de 2016, realizámos uma apresentação sobre a acessibilidade do álbum tátil ilustrado, motivando futuros designers a pensarem em soluções que incluíssem plenamente crianças com cegueira.

Recentemente, tivemos uma agradável surpresa… Álbuns táteis ilustrados concebidos e construídos por estes alunos e, gentilmente, cedidos à OLEC. MUITO OBRIGADA!

Expressamos a nossa alegria por constatarmos que a articulação entre domínios tão diferenciados – a especificidade da cegueira e a especificidade de conteúdos gráficos/artísticos – podem acrescentar valor à inclusão e direito à plena educação  de crianças com cegueira.

Continuamos a caminhar em direcção à ilustração tátil baseada no modelo háptico. Obrigada pelo vosso contributo!

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O “Triângulo” andou por aí a viajar

Num anterior post, partilhámos a adaptação da história “O Triângulo”, por estagiárias de Educação da ESEC. Hoje partilhamos convosco algumas fotografias sobre a exploração deste livro com uma criança.

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Criança explora capa do livro com título “Triângulo” (Editora Orfeu Mini). Ilustração tátil: triângulo feito em feltro. 

Esta história é sobre o Triângulo. Esta história é também sobre o Quadrado, amigo do Triângulo. É também a história da valente partida que o Triângulo pregou ao seu amigo Quadrado.

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Neste livro formas simples ganham vida e vivem uma aventura cheia de partidas. Vejam só o interior deste livro com as respectivas imagens táteis.

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Descrição da fotografia: Criança explora ilustrações táteis, revivendo a viagem do Triângulo que passou por quadrados grandes, quadrados médios e quadrados pequenos. 

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Descrição da fotografia: Criança explora ilustração tátil – porta da casa do quadrado. Criança abriu a porta e explora superfície representativa da casa, também da forma quadrada. 

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Descrição da fotografia: Criança explora ilustração tátil, revivendo a viagem do Quadrado atrás do Triângulo, passando por quadrados pequenos, quadrados médios e quadrados grandes; passou pelas formas sem nome; pelos triângulos grandes, pelos triângulos médios e pelos triângulos pequenos. 

E assim, a andar e, por vezes até a correr, viajamos com este “Triângulo”, por caminhos de quadrados grandes, médios, pequenos; triângulos pequenos, médios e grandes; e até formas sem nome.

Mais um livro a viajar pelos contextos naturais!

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Criança com o livro “Triângulo” à frente do rosto, num barco de papelão. 

Poemas para escutar

Em jeito de pedido à Primavera para ficar, divulgamos mais um recurso para quem gosta de escutar  poesia.

https://www.publico.pt/2018/03/20/video/poemas-para-as-quatro-estacoes-20180319-162253

As autoras de Poemas para as Quatro Estações, Manuela Leitão e Catarina Correia Marques, (ed. Máquina de Voar) dão a voz a alguns destes poemas…e o resultado é digno da vossa escuta.

Boa viagem!

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Descrição da ilustração (de Catarina Correia Marques): comboio sobre ponte 

 

Por cá… Nasceu mais uma adaptação de um livro

No âmbito de um estágio de Educação, da  Escola Superior de Educação de Coimbra, desafiamos a Maria e a Mónica a adaptar a história “Triângulo” (Editora Orfeu Negro), com  base nos pressupostos da ilustração tátil (modelo háptico).

Ver sinopse da editora, aqui.

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Descrição da fotografia: Capa do livro “O Triângulo” (Editora Orfeu Negro).

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Em breve, publicaremos o resultado da adaptação deste livro.

Obrigada Maria e Mónica pela vossa colaboração.

A linguagem na cegueira ‒ Parte I

Sendo a comunicação algo inerente ao ser humano e às relações entre seres vivos, que visa a partilha de informações entre as pessoas e promove as relações interpessoais, a linguagem assume uma importância evidente para que o processo comunicativo tenha sucesso.

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Assim, a linguagem, como “sistema complexo e dinâmico de símbolos convencionados, usado em modalidades diversas para [o homem] comunicar e pensar” (ASHA, 1983), reveste-se de grande relevância para a comunicação humana, sendo uma importante ferramenta de pensamento. Através dela recebemos, armazenamos e transportamos informação, questionamos, expressamos sentimentos, bem como adquirimos conhecimento sobre o mundo que nos rodeia. A linguagem assume-se de variadas formas, pois pode ser gestual/mímica, verbal/oral, verbal/escrita, expressão (fala) ou compreensão.

E nas crianças com cegueira, a linguagem é uma área forte?

Devemos preocupar-nos com a linguagem?

De facto, o que a literatura nos diz é que em crianças com cegueira o desenvolvimento da linguagem se processa sem diferenças significativas relativamente aos pares normovisuais. Existem até autores que defendem ser uma área muito forte nas crianças com cegueira.

A linguagem, sendo uma forma de adquirir e transmitir conhecimento, assume um papel preponderante, uma vez que é através dela que a criança com cegueira vai apreender e conhecer o mundo visual à sua volta, assim como através dos restantes sentidos.

Participação na Semana da Leitura

No passado dia 20 de Março, a equipa do CAIPDV esteve presente nas comemorações da Semana da Leitura do Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo, com o objectivo de sensibilizar as crianças do 1º CEB do Centro Escolar de Miranda do Corvo para a acessibilidade do livro e da leitura para crianças com cegueira.

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Descrição da fotografia: Equipa do CAIPDV, da esquerda para a direita: Diane Gouveia, Cristina Lopes, Inês Marques, Rita Ângelo, Patrícia Valério.

Como lêem crianças com cegueira? Com que recursos? Há muitos livros acessíveis a estas crianças? Poucos? Como se constroem livros verdadeiramente acessíveis? Estas e outras questões foram debatidas com as crianças presentes.

A componente da ilustração tátil (háptica) foi apresentada como componente essencial ao processo de leitura de crianças em idade pré-escolar… uma idade em que se lêem mais as imagens/ilustrações do que as letras.

Através do processo de mediação de leitura do livro tátil ilustrado “O que vês, o que vejo…”, fomos mais longe, procurando que as crianças desfrutassem, também elas, de um contexto perceptivo diferenciado.

De olhos fechados, ouviram o mar…evocaram memórias, para além das visuais… o cheiro da maresia, a memória da água fria… sentiram o movimento das ondas e o picar das agulhas dos pinheiros.

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Descrição da fotografia: Crianças exploram ilustração tátil representativa do mar (podem sentir o movimento da água, das ondas).

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Descrição da fotografia: Crianças exploram ilustração tátil dos pinheiros (podem sentir o picar das agulhas).

Ouviram o som do coração e accionaram-no no livro…

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Descrição da fotografia: Crianças exploram ilustração tátil do coração (podem accionar mecanismo representativo do bater do coração).

Por fim, apresentámos os “6 pontos a dançar”, que deixam sempre “um rasto de contos elevados, para dedos afinados poderem sonhar”… O braille fez a delícia de pequenos e graúdos: explicámos o seu funcionamento e a escrita na  máquina de  braille; reflectindo sobre o papel essencial que este código de escrita tem na educação de crianças com cegueira.

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Descrição da fotografia: Equipa apresenta o código braille.

Foi com alegria que percebemos a curiosidade das crianças e receptividade de professores.

Agradecemos o convite e desafio que nos foi lançado e o precioso acolhimento que tivemos nesta escola.

Muito gratas! Um abraço da equipa!

Ler artigo do Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo ““O QUE VÊS, O QUE VEJO…”, UMA NARRATIVA ILUSTRADA PARA CRIANÇAS QUE NÃO VEEM E NÃO SÓ! 

Dia Internacional do Livro Infantil

E mais um ano celebramos o Dia Internacional do Livro Infantil, com o desejo que, cada vez mais, aumentem e se diversifiquem os livros táteis ilustrados acessíveis a crianças com cegueira.

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Cartaz que assinala o Dia Internacional do Livro Infantil, da responsabilidade da DGLAB (ilustração de Fátima Afonso).

 

A mensagem do IBBY internacional, este ano da responsabilidade da Letónia, consta de um texto da escritora INESE ZANDERE, e de um cartaz do ilustrador Reinis Petersons. Pode ser encontrada em http://www.ibby.org/awards-activities/activities/international-childrens-book-day/icbd-2018/?L=0

Boas leituras!

Les Doigts Qui Rêvent Premiada

Foi com alegria que recebemos a notícia que a Editora Les Doigts qui Rêvent foi mais uma vez reconhecida com o   Prémio de Promoção da Leitura 2018 IBBY-Asahi. 

O Prémio Promoção da Leitura IBBY-Asahi foi criado em 1986.  A cada dois anos é concedido um prémio a um grupo ou instituição que desenvolva atividades de significativa contribuição para a promoção da leitura entre crianças e jovens. O vencedor é escolhido entre projetos indicados por seções nacionais IBBY de todo o mundo.

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A Les Doigts Qui rêvent (LDQR) foi criada em 1993 como uma resposta à total falta de  livros táteis ilustrados para crianças com deficiência visual em França, Europa e no mundo.

Um dos objetivos da LDQR é sensibilizar pais, professores, educadores, ilustradores e outros profissionais para a importância dos livros táteis ilustrados e incentivar a  sua criação, preservando a estética e a acessibilidade do suporte. Outro importante objetivo é incentivar a inclusão de crianças com cegueira nas escolas regulares através da dinamização de workshops, bem como a investigação como geradora de conhecimento que envolva o crescendo das práticas de construção destes livros. 

Há 24 anos que a LDQR tem sido fundamental para aumentar a qualidade e quantidade de livros táteis ilustrados em todo o mundo e assim melhorar o acesso aos livros e à leitura.

Para quem contactou de perto com esta editora é, mais uma vez, com enorme alegria que vemos reconhecido o trabalho fabuloso desta equipa, que tem permitido tantos dedos sonhar.

Parabéns! Um enorme abraço de Portugal!

Ateliê de Pais – Linguagem

No passado dia 17 de fevereiro aconteceu em Coimbra mais um Ateliê de Pais para a promoção da literacia emergente na cegueira. Tal como no ateliê anterior, o local escolhido foi a Creche e Jardim de Infância da ANIP, junto às instalações da Maternidade Bissaya Barreto.

Neste dia o tema foi a Linguagem na Cegueira. A partilha dos pais foi muito rica e foi possível refletir sobre as especificidades linguísticas das crianças com cegueira.

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Descrição das fotografias: Grupo de pais durante a partilha sobre linguagem

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Descrição da fotografia: As crianças a brincar 

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Descrição da fotografia: O grupo de pais

 

Divulgação: Curso “A criança com cegueira dos 0 aos 6 anos”

Divulgamos iniciativa da Associação Bengala Mágica, em colaboração com a ANIP (Associação Nacional de Intervenção Precoce).

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CURSO DE FORMAÇÃO: A Criança com Cegueira dos 0 aos 6 anos


CRONOGRAMA: 09 e 10 de março de 2018

HORÁRIO: 9h30m às 13h00m e das 14h00 às 17h30

DURAÇÃO TOTAL: 15 horas

LOCAL: Instituto Piaget, localizadas no Campus Universitário de Almada, na Avenida Jorge Peixinho, n.º30 — Quinta da Arreinela, 2805-059 Almada.(Junto à Estação de Comboios do Pragal)


Inscrição através do LINK: https://goo.gl/forms/98nfFLp20Kyg6ax72 ( As inscrições serão aceites pela ordem de recepção, com um limite de 25 formandos)

Contactos:
formacaobengalamagica@gmail.com
96 919 76 14

Contributos do Seminário “Literacia Braille no Século XXI”

Durante o dia de ontem, dia 04 de Janeiro, tivemos oportunidade de participar no Seminário “Literacia Braille no Século XXI”. A iniciativa promovida pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, em parceria com a ESECS-IPLeiria e o CRID, dirigiu-se à comunidade académica e à sociedade civil, bem como à rede de organizações ligadas à deficiência visual e à promoção do ensino do braille em Portugal.

O presente post apresenta, de forma muito sumária, alguns dos contributos que trouxemos.

Ana Sofia Antunes, secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, presidiu ao Seminário, assinalando assim as comemorações do Dia Mundial do Braille  e reiterou a importância do braille, afirmando que este não se deve excluir face ao avanço da tecnologia. Destacou, ainda, a oficialização do sistema braille (Decreto-Lei nº 126/2017 de 4 de Outubro).

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Descrição da fotografia: Sessão de Abertura. Na mesa, esquerda para a direita: Rita Cadima, Ana Sofia Antunes, Sandrina Milhano.

“Desafios do ensino/aprendizagem do Braille” 

Neste painel foi evidenciado que a literacia braille deve ser promovida desde tenra idade, com as  famílias e profissionais nos contextos naturais das crianças. Apresentou-se o processo de literacia emergente como fundamental para o sucesso da aprendizagem da leitura e escrita braille de crianças com cegueira.

Destacou-se a importância do braille para uma cidadania plena, ativa e participativa. Mais se apresentou a leitura braille como um processo cognitivo complexo, exigindo o tato ativo (háptico), aspecto fundamental a considerar no ensino-aprendizagem.

Enquadrando o braille na especificidade de determinados domínios curriculares e de lazer, foi relatada a experiência de um docente de educação especial e um músico,  destacando-se a musicografia braille, como experiência completa na vivência e aprendizagem da música.

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Descrição da fotografia: Painel 1. “Desafios do ensino/aprendizagem do Braille”, na mesa, da esquerda para a direita: Leonardo Silva, Ana Lúcia Pelarigo, Célia Sousa, Patrícia Valério, Inês Marques, Serafim Queirós. 

Painel 2. “Perspectivas didáticas sobre o ensino/aprendizagem das diferentes grafias braille”

Com quase 200 anos, o braille foi sendo ajustado às necessidades de diferentes áreas do saber, profissões, meios artísticos e culturais. Os oradores deram conta das especificidades da grafia matemática, grafia química, grafia informática e grafia musical.

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Descrição da fotografia: Painel 2. “Perspectivas didáticas sobre o ensino/aprendizagem das diferentes grafias braille”, na mesa, da esquerda para a direita: Luís Filipe Cunha, Carlos Ferreira, Miguel Ferro, Alberto Mendonça, Claudino Pinto, Guilherme Jorge. 

Painel 3: “O impacto da literacia Braille na construção identitária da pessoa”

Este painel destacou a importância da aprendizagem do braille para a cidadania e literacia de pessoas com cegueira. Foram relatadas experiências em que o braille se apresenta como essencial para a organização doméstica e pessoal e para a orientação e mobilidade.

Foi, ainda, destacado o processo de aprendizagem braille e a importância do mesmo para pessoas com baixa visão severa (residual).

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Descrição da fotografia: Painel 3. “O impacto da literacia Braille na construção identitária da pessoa”, na mesa, da esquerda para a direita: José Mário Albino, Renato Viana, Tomé Coelho, Irina Francisco, Diogo Costa.

Foi um dia muito proveitoso onde partilhámos com outros a importância do braille para a cidadania e plena integração da pessoa com cegueira.

Dia Mundial do Braille

Estamos a celebrar o Dia Mundial do Braille no seminário “Literacia Braille no Século XXI”.

Reiterando a ideia que Serafim Queirós deixou neste evento “a Literacia Braille é o melhor caminho para uma cidadania ativa e participativa”. 

Na OLEC avançamos, contribuindo para a construção de caminhos, ao empreendermos o processo da literacia emergente.

Mais informação sobre este seminário em breve.

Seminário “Literacia Braille no Século XXI”, a 4 de Janeiro de 2018

Para começar o ano a refletir sobre o papel do braille na atualidade, está a ser organizado um seminário que passamos a divulgar:

“Literacia Braille no Século XXI”, a decorrer na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria, no próximo dia 4 de janeiro de 2018. Os objetivos deste seminário são:
– Assinalar o dia mundial do braille 2018;
– Promover a reflexão sobre o ensino/aprendizagem do braille e suas grafias; e
– Refletir sobre a importância do braille na construção da identidade das pessoas cegas e com baixa visão.

Para aceder ao programa e realizar inscrição, consulte a página do INR, aqui.

Descarregar programa em pdf, Programa_Seminario_Braille.

A ANIP – CAIPDV estarão representadas neste seminário com uma comunicação que dará destaque à experiência de trabalho da equipa na promoção da literacia de crianças com cegueira, na faixa etária da intervenção precoce. Destacar-se-á, inevitavelmente, o papel da Oficina de Literacia Emergente para Crianças com Cegueira.

Um próspero 2018

A equipa do CAIPDV – OLEC deseja a todos/as os/as nossos/as leitores/as e amigos/as um próspero 2018, repleto de momentos importantes.

Esperar por outro momento importante, é uma grande especialidade de todas as árvores.

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Descrição da ilustração: “Cem sementes que voaram” (de Isabel Minhós Martins e Yara Kono, editora Planeta Tangerina). Na ilustração vê-se árvore com um passarinho num dos galhos. À esquerda pode ler-se o texto: ” A árvore estava à espera.| De esperanças.|Naturalmente esperançosa. O que esperava ela? Que tudo corresse bem| (era essa a sua esperança). |O que esperava ela?| O dia mais que perfeito,| o dia certo,| o dia tal!”

Nunca é demais dizer que desejamos, igualmente, um ano cheio de literacia 😉